Soneto de adoração

16:26 3 Comments

Surge nos parques abundante
Brisa leve que em tua aura ecoa
Onde o verde, ante teu semblante
Cala, ajoelha e te rebaixa a lousa

És tu quem reina neste paraíso
A ti se rendem as flores mais belas
Cantando, tentam os pássaros arrancar-te o riso
Dançando, o bosque inteiro tem em ti sua meta

E se o sol esconde-se no horizonte
Tu como astro impera
E a lua some, atrás das nuvens, por inveja.

És a beleza de todas em uma só
És afrodite
És o que Deus fez de mais belo do pó.

(D.B e B.C. )

Retrovisor

17:49 1 Comments

Sigo a estrada na quinta marcha
Já faz tanto tempo que nem sei quando começou esta jornada
Cabelos ao vento e nenhuma curva a vista
Os olhos cansados de olhar a pista

Vejo diversas entradas
Onde será que elas vão levar?
Ao mesmo destino que me leva essas passadas?
Meu espírito aventureiro começa a se perguntar

Mas essa estrada é um tapete
Teria motivo para desviar desse caminho promissor?
Mas insisto por um tempo a olhar no retrovisor
E as horas passam como um foguete

Olho, mais uma vez, para o retrovisor
Parece que ainda vejo, lá atrás, a hora que estava feliz a dirigir
Olho para frente e nada parece animador
Na esperança de chegar ao destino, sigo a insistir

Se tomar outro caminho talvez possa me arrepender
A estrada é perfeita para andar
Então volta a escurecer
E eu olhando para o retrovisor já querendo voltar

O sol começa a aparecer no horizonte
E aquele espelho a minha fronte
Parece mostrar o motivo da minha dor
Começo a perceber que não se chega a lugar algum,
olhando somente para o retrovisor

B.C.

Poesia nova, verso velho

15:56 2 Comments

O gosto da tua boca tem sabor de passado
Mas se o presente não me chega sorrindo
Tento ter aquilo que já foi enterrado
Não me venha com velhos versos
Pois a poesia já se fez nova

B.C.